Nem sempre o que você quer ouvir é necessariamente o que você precisa ouvir. Deus tem falado muito ao meu coração sobre o Temor do Senhor. Eu percebo que esse é um tempo em que Deus quer alertar sobre essa temática.
“Não tenham medo dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Antes, tenham medo daquele que pode destruir tanto a alma como o corpo no inferno” ( Mateus 10.28).
Eu gosto de um conceito que John Bevere fala a respeito disso: “O temor do Senhor é um profundo e permanente respeito e reverência pela pessoa de Deus e por todas as coisas que Ele declara santo. Tremer profundamente com reverência diante do privilégio da Sua presença e da Sua maravilhosa Palavra. É amar o que Ele ama, detestar o que Ele detesta e fazer do interesse d’Ele, o meu interesse”.
O que é algo profundo? Algo que não é superficial, mas é intenso. O que é algo permanente? Algo que não se dissolve facilmente. Se você busca a Deus pelo o que Ele pode fazer, você não é um discípulo. Você é um mercenário, interesseiro. A verdadeira reverência e temor do Senhor busca a Deus por quem Ele é.
Algo extraordinário aconteceu hoje quando eu acordei: a presença de Deus estava naquele lugar. Mas ontem quando acordei a presença de Deus também estava naquele lugar. Amanhã, com certeza, a presença estará naquele lugar também. A presença do Senhor não habita mais em arcas feitas por mãos humanas, mas habita dentro de nós.
“Alguém que hospeda Deus dentro de si não pode ser normal”, como disse: Pr. Humberto Albuquerque.
O temor do Senhor nos leva a um lugar de uma profunda consciência da presença que carregamos. Você sabe qual é o maior milagre do mundo? Moisés abrir o Mar Vermelho? Elias descer fogo do céu? Não! O maior milagre do mundo é alguém estar preso no pecado, condenado a uma condição eterna de sofrimento, aceitar Jesus em seu coração e com seus lábios o declarar como Senhor e, imediatamente, a presença de Deus habitar dentro dessa pessoa.
“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é entendimento” (Provérbios 9.10).
Qual a causa dos grandes reavivamentos e movimentos cristãos pelo mundo? Mais do que um avivamento de poder e milagres, precisamos de um avivamento do temor do Senhor. O poder e os milagres serão consequências do temor do Senhor no coração das pessoas.
O temor do Senhor atrai a manifestação de Deus. E o contrário também é verdadeiro! Tratar as coisas do Senhor como algo normal, com familiaridade e sem reverência, impede o mover do Senhor acontecer. Simplicidade não significa ausência de poder.
Se não houver temor, honra e reverência ao Senhor, no ambiente que nós criamos, o próprio Deus fica limitado em Sua atuação. Será que em nossos cultos, em nossos eventos, temos criado a atmosfera favorável para Deus fazer? Ou será que a nossa falta de temor tem limitado o que Deus quer fazer em nosso meio?
“Aquele que teme o Senhor possui uma fortaleza segura, refúgio para os seus filhos” (Provérbios 14.26).
“Portanto, já que estamos recebendo um Reino inabalável, sejamos agradecidos e, assim, adoremos a Deus de modo aceitável, com reverência e temor” (Hebreus 12.28).
Conhecer a Deus sem o temor do Senhor é como você conhecer alguém famoso. Você sabe quem é e você pode descrever essa pessoa, mas essa pessoa não o conhece e não consegue descrevê-lo. O temor do Senhor nos leva a um lugar de intimidade. Somos uma geração de experiências com Ele, e não de apenas ouvir falar do Senhor. Gosto muito de uma passagem em que Jó tem uma experiência com Deus, e disse: “Antes eu te conhecia de ouvir falar, mas agora meus olhos te veem”.
Meu pai fala que quando ele se converteu, no Brasil, ele participava de uma outra igreja e muitas coisas eram pecado, como por exemplo: jogar futebol, ir à praia com roupas de banho, assistir televisão. Hoje, nós podemos olhar para essas coisas à luz da Palavra e achar isso uma religiosidade. Mas eu também vejo a minha geração chegando em um outro extremo, considerando tudo como religiosidade e rejeitando, vivendo uma vida de pecado, uma vida mundana.
Como líder de jovens, eu já encontrei algumas situações de pessoas vindo me perguntar sobre várias coisas referentes a mudanças: “Eu posso mudar meu estilo?”; “Eu posso frequentar aquele ambiente?; “Eu posso ouvir tal coisa?”. E eu sempre respondo com uma pergunta: “Por qual motivo você quer fazer isso?”. E a resposta é sempre: “Porque eu quero!”. O Evangelho não é sobre você nem muito menos sobre o que você quer. O Evangelho pode lhe custar tudo, mas vale a pena!
“Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas” (Filipenses 4.8).
Qual a diferença entre o milagre das pedras em pão e da água em vinho? A influência que estava por trás disso. Se esse texto fala sobre o que acontece na nossa mente e não podemos ver, creio que podemos levar para outras áreas da nossa vida. Pensamentos se tornam atitudes e o conjunto de todas as atitudes determinam o seu futuro.
Deus quer nos levar para um tempo de reverência e temor do Senhor, onde chegaremos em reuniões e Deus poderá operar poderosamente em nosso meio sem forçar nada. Muitas vezes, somos muito ousados em fazer alguma coisa errada porque ninguém está vendo. Mas isso revela que não temos uma consciência muito forte sobre a Presença que carregamos, nem um temor tão profundo só de pensar em ofender essa Presença.
*Trechos da mensagem de 27 de outubro de 2023, no JPN Europa.