“Porque em verdade vos afirmo que, se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele” (Marcos 11.23).
Jesus disse isso aos discípulos a respeito da figueira que secou desde a raiz, pois os discípulos estavam espantados com o fato de aquilo ter se cumprido fielmente conforme Jesus havia dito.
Observe comigo os princípios da fé:
1. “Se disser”: aponta para algo opcional, ou seja, é possível usar ou não, somos nós quem decidimos se vamos dizer ou não.
2. “Quando dissermos”: aponta para, mais uma vez, a possibilidade de sermos diligentes ou não no poder que nos foi dado na fala.
3. “Não duvidar”: aponta para a importância de nos enchermos de Sua Palavra, pois a fé vem pelo acesso à Palavra (ouvindo, ouvindo, ouvindo, parar crer, crer e crer).
4. Por fim, “Assim será”: aponta para a realidade final depois do exercício da fé.
Será pelo que você disse, não deixando nada roubar sua convicção, porque estava crendo no coração. Só assim você terá o resultado sobre o qual disse, creu e recebeu!
Esse nível de fé é onde Deus quer que cheguemos, onde o que já nos foi revelado por Sua Palavra, e já nos foi dado pelo poderoso nome (obra) de Jesus. Podemos simplesmente dizer e ver nossos olhos contemplando essa realidade. Dizer é um nível de fé que se apoia literalmente nas Escrituras e toma posse. Simplesmente declara o que crê e recebe.
Expulsando demônios
Agora vamos ver a mesma expressão em Mateus 17.19-21, só que agora é no contexto de expulsar demônios.
O Senhor Jesus havia liberado o Seu poder e o Seu nome para que os discípulos fizessem uso dele. Jesus os lançou em uma aula prática, antes mesmo deles “nascerem de novo”. Um estágio no ministério. E, então, eles se depararam com um caso em que não conseguiram expulsar o demônio de um menino, e o pai do garoto agora vai até Jesus e pede ajuda ao Mestre. Depois de Jesus expulsar o demônio, fica o aprendizado:
“Então os discípulos chegaram-se a Jesus e, em particular, lhe perguntaram: “Por qual motivo não nos foi possível expulsá-lo?”. E Ele respondeu: “Por causa da pequenez da vossa fé (ausência de fé no original). Pois com toda a certeza vos afirmo que, se tiverdes FÉ do tamanho de um grão de mostarda, (direis a este monte): ‘Passa daqui para acolá’, e ele passará. E nada vos será impossível! Contudo, essa espécie só se expele por meio de oração e jejum”.
Sabe o que Jesus quis dizer por duas vezes usando a fé com exemplo do monte? Em outras palavras, Ele disse: “Veja esse enorme monte. Agora veja esse pequeno fragmento de fé dentro de você. Olhe, observe esse monte como ele pode ser removido por esse pequeno fragmento de fé que há dentro de você! Simplesmente creia, não duvide, você é capaz de remover montes na sua vida e na vida de outros pela sua fé!”.
O que Jesus estava dizendo é que a sua fé n’Ele é poderosa o bastante para o que você necessitar que ela seja eficaz.
Outra parte importante de se observar da doutrina, é que Jesus não estava apontando para a impossibilidade de expulsar demônios devido à falta de oração e jejum, mas pela incredulidade, ausência de fé, que é o significado da palavra apistia (fé).
O motivo pelo qual os discípulos não expulsaram o demônio daquele menino foi pela falta de fé e não a “falta de preparação” deles. A oração e o jejum entram aqui como o aspecto que gera a consciência do poder de Deus. Certamente, foi pela falta disso que estavam enfraquecidos na fé, fazendo-os duvidar.
Pois é a comunhão (oração e jejum fazem parte da comunhão) que nos envolve em um ambiente de convicção; e convicção gera fé; e fé gera poder.
O monte apenas simboliza o quanto o poder de Deus não está restrito, limitado, e que a nossa fé é capaz de operar grandes coisas.