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Jesus vai voltar?

“Eles matavam quem estivesse pela frente, atiravam para cima e, sem parar, gritavam ‘Allahu Akbar¹’. Não havia saída. Eu tinha certeza que iria morrer. Mas me fingi de morto em cima de uma pilha de corpos para escapar com vida daquele bunker². Eu sou um milagre”.

No controle da emoção e com a lembrança ainda fresca das várias vítimas dos fuzis, metralhadoras e granadas, esse é o relato de um brasileiro residente em Israel e sobrevivente do ataque terrorista coordenado pelo grupo radical islâmico Hamas, que pegou israelenses de surpresa na manhã de 7 de outubro de 2023.

Que este é mais um capítulo dessa histórica e centenária tensão Israel-Palestina todo mundo sabe, mas o fato é que este, singularmente, é considerado sem precedentes devido à amplitude e proporção que tomou. Especialistas já afirmam ser o conflito mais mortal da história de Gaza e o que mais vitimou israelenses nas últimas décadas.

E o assunto acerca da segunda vinda de Cristo sempre vem à tona entre os cristãos quando um conflito militar envolvendo o Estado de Israel se desencadeia. Não é para menos. Os olhos voltados para o Oriente Médio se dá pelo fato da importância que a nação de Israel tem para a Igreja de Cristo, e o seu papel relevante no cumprimento das profecias bíblicas, tornando-se um indicador confiável da iminente chegada do fim dos tempos.

O que acontece lá aponta para a Igreja, dando pistas do que ainda está para suceder. Mas, claro, categoricamente não há como afirmar que o atual conflito seja um sinal do fim. Tal afirmação seria um deslize, colocando sobre Deus a responsabilidade de algo que Ele nunca disse. Afinal de contas, já estamos nos últimos dias há 2 mil anos (Atos 2.17a), independentemente de guerra ou cessar-fogo. Entretanto, o fato é que também não podemos ser enfáticos ao dizer que nada disso está atrelado a uma possível ação de natureza profética, tornando-nos alheios a todo evento dessa categoria. 

“Quando virdes, pois, que Jerusalém é sitiada por um exército, então sabei que está próxima a sua desolação (…) E cairão ao fio da espada, e serão levados cativos a todas as nações, Jerusalém será calcada pelos gentios” (Lucas 21.20; 21.24).

Sim, o cerco e a queda de Jerusalém pelos romanos em 70 d.C foram reais, incluindo a completa e literal destruição do segundo templo, não restando dele “pedra sobre pedra” (Lucas 21.6). Tudo o que foi escrito a esse respeito já se cumpriu. Os israelitas perderam a posse de Jerusalém e os que sobreviveram se espalharam pela terra, na chamada diáspora judaica, que forçadamente expulsou e dispersou os judeus pelo mundo.

Porém — e com o máximo de ênfase que essa conjunção possa carregar — embora sem território, eles permaneceram cultural e tradicionalmente como um povo, mantendo acesa a chama da esperança de um dia retornar à Terra Prometida.

Tetelestai! Em 14 de maio de 1948, foi lida a Declaração de Independência de Israel, reconhecido agora como um novo Estado! Jubilem! Fiel é Aquele que promete! Não há no mundo outra nação com história semelhante. Como um povo sem país pode resistir a quase 2 mil anos de exílio? Vede: “Pois eu os tirarei dentre as nações, os ajuntarei do meio de todas as terras e os trarei de volta para a sua própria terra” (Ezequiel 36.24).

Mas a novidade causou revolta no mundo árabe. Líbano, Síria, Iraque, Jordânia, Egito, Líbia e Arábia Saudita, com muitas armas e exércitos modernos, atacaram de uma só vez a recente e pequena nação dos judeus, que, só por uma graça divina, resistiu e venceu seus adversários e, ainda por cima, conquistou território! Ah! A aliança divina com esse povo resiste ao tempo e permanece inalterável! Eles sobreviveram ao faraó, aos gregos, aos romanos, ao holocausto de Hitler e continuam inabaláveis. Quem é, pois, o Hamas para afrontar os exércitos do Deus vivo?

Nós ficamos de olho no que está acontecendo no Oriente porque há episódios na Palavra que ainda não se cumpriram. A título de exemplo, podemos citar a recuperação do território conhecido pelo judaísmo como Monte do Templo e a sua devida reconstrução. Em tempos diversos e distintos, a Bíblia profetiza a reconstrução desse Templo e estudiosos apontam nas Escrituras que o evento prenuncia a volta do Noivo, desempenhando um papel crucial e central nas profecias descritas em Apocalipse. 

Inclusive, segundo o Instituto do Templo, todos os artefatos e utensílios, que são possíveis de serem feitos antecipadamente, já estão prontos. Nesse lugar, será revelado o homem da perversidade, o afamado anticristo, que se levantará no terceiro templo, passando-se pelo próprio Deus, mas operando debaixo do poder do diabo. Em um futuro próximo, ele será destruído e aniquilado pelo sopro da boca do Senhor e pelo esplendor da Sua vinda (II Tessalonicenses 2.8).

E como um fechamento do ciclo profético, Zacarias anuncia que Israel vai finalmente reconhecer Jesus como o Messias: “… e olharão para mim, a quem traspassaram; e prantearão sobre ele, como quem pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito” (Zacarias 12.10).

Trata-se de uma mensagem para a qual não podemos virar as costas e ignorar. Ela é antiga, mas agora foi carregada com um senso de urgência que nos chama a um constante estado de alerta, com sublime expectativa. 

O fato é que não há como fugir do que é concreto: o cenário está sendo montado. Tão certo como já veio, Ele voltará. Portanto, não se distraia! Tire os olhos deste mundo e volte-os para o breve retorno do Príncipe da Paz. E, em obediência, continuemos a orar por Israel, e que a Palestina também seja alvo do nosso clamor.

Embora não saibamos o dia e a hora, pelo Espírito, percebemos que alguma coisa está prestes a acontecer, uma vez que, como filhos da luz, não seremos pegos de surpresa (I Tessalonicenses 5.4), mas aguardamos diligentemente esse dia, íntegros e irrepreensíveis até que Ele venha.

Eis-nos prontos! Com temor aguçado e olhos fitos na santidade sem a qual ninguém O verá, juntamo-nos ao coro do Espírito e da Noiva, que dizem: “Vem!”.

1 Expressão árabe bastante utilizada entre os muçulmanos que significa “Alá é o Maior”.
2 Estrutura fortemente blindada para dar abrigo em meio a um conflito militar ou em situações de guerra.