Gratidão é uma palavra que está em alta nas redes sociais e rodinhas de amigos nesta transição de um ano para outro, mas que deveria estar em alta durante todo o ano.
No Éden, Deus, após ter criado tudo e deixado Adão e Eva para administrarem e usufruírem, não se desconectou deles e fazia questão de ir conversar com eles ao final da tarde. Imagino eu que Deus esperava encontrar neles gratidão por tudo que viveram, toda provisão, toda plenitude de que desfrutavam, por conta d’Ele. Sabemos que, em certo momento, tudo isso foi colocado em cheque e posteriormente perdido.
A questão é: onde Satanás encontrou brecha no coração deles para enganá-los? Na ingratidão, e essa, por sua vez, levou-os à soberba. E o resultado, o pior possível: perderam o acesso à presença de Deus e tudo o que ela representa – provisão, saúde, vida eterna!
“Ao que declarou a mulher à serpente: “Nós podemos comer dos frutos das árvores do jardim. Mas do fruto da árvore que está no centro do jardim, Deus disse: ‘Dele não comereis, nele não tocareis, para que não morrais!” (Gênesis 3.3).
Eva não tinha motivo para duvidar de Deus, mas duvidou, quando a serpente chamou Deus de mentiroso e questionou o Seu caráter.
A serpente, então, alegou à mulher: “Com toda a certeza não morrereis! Ora, Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão, e vós, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal!” (Gênesis 3.5).
Nesse momento, o caráter bondoso de Deus foi eclipsado no coração de Eva. Em um instante, através da brecha da ingratidão, a soberba entrou e não apenas Eva, e posteriormente Adão perderam tudo, mas também, toda a humanidade, até Jesus chegar para resolver isso no coração do homem.
“Porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e os seus corações insensatos se obscureceram” (Romanos 1.21).
Um detalhe importante: Adão poderia não ter errado o mesmo erro de Eva, mas ele errou juntamente com ela. Isso nos mostra o quão perigoso é estarmos associados a pessoas ingratas e soberbas. Vale uma reflexão de nossas companhias e mais profundamente, vale examinar a nós mesmos e ver se nós não estamos sendo essa “laranja podre na fruteira”, nos colocando vulneráveis, não só a nós, mas a outros também.
“Quando a mulher observou que a árvore realmente parecia agradável ao paladar, muito atraente aos olhos e, além de tudo, desejável para dela se obter sagacidade, tomou do seu fruto, comeu-o e o deu a seu marido, que estava em sua companhia, e ele igualmente comeu” (Gênesis 3.7).
A ingratidão é a incapacidade de reconhecer o bem que recebemos de alguém. Esse tipo de pessoa nem sabe receber presentes espirituais e nem naturais, muito menos agradecer a quem deu, além de ser uma pessoa que está sempre insatisfeita, porque foca no que não tem, ao invés de fazer uma festa pelo que já tem. A gratidão é a memória do coração e nos blinda do orgulho.
Será que Deus não sabia que tudo isso iria acontecer e que Adão e Eva estavam vulneráveis a serem enganados, e fez questão de estar todos os dias com eles para que a gratidão pela presença d’Ele, e por tudo que Ele é, fosse regada no coração dos dois? Ele nos chama para perto, porque na Sua presença, a gratidão reina. A eles cabia escolher estar com Ele e priorizar esse relacionamento. Claro que Deus podia ter alertado eles e dizer a eles o que seria morte pela qual experimentariam na desobediência, mas todo relacionamento requer confiança. E eles escolheram não confiar em quem sempre deu motivos para que fizessem o contrário.
Pastor Humberto Albuquerque fala algo que corrobora tudo o que foi dito, citando Salmo 50.23, que é um sacrifício de nossa parte sermos gratos a Deus quando as circunstâncias não estão favoráveis à gratidão, pois ser grato é um estilo de vida de fé de quem reconhece e louva a Deus por quem Ele é, portanto, é um sacrifício de nossa parte manter-se grato, pois Deus permanece bom quando as circunstâncias não estão boas.
“Quem me oferece sua sincera gratidão como sacrifício, honra-me, e Eu revelarei a salvação de Deus ao que anda nos meus caminhos!” (Salmo 50.23 – BKJ).
O ano de 2024 pode começar bem melhor do que como 2023 terminou, se, simplesmente, você e eu focarmos em estar com Ele e deixar a gratidão pavimentar o caminho para o ano de 2024.
A gratidão vale a Presença!
Como disse Humberto, “não importa como será o ano de 2024, importa quem estará com você em 2024!“.