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Como flechas

A Bíblia diz que os filhos são como flechas nas mãos do guerreiro (Salmos 127.4). Quando o guerreiro se prepara para lançar a flecha, ele puxa a corda e a flecha até o mais próximo que consegue.

Quanto mais próxima a flecha fica dele, mais longe irá. Quanto mais próximo o seu filho estiver de você, mais sucesso ele terá. Se o seu coração estiver em Deus e a sua descendência for criada na Palavra, ela terá dentro de si tudo o que é necessário para o crescimento.

A educação cristã jamais será um tema “cafona” ou obsoleto na perspectiva de Deus. A expectativa do diabo e do mundo é que vejamos os princípios cristãos como algo “do passado”, especialmente diante das novas ideologias. Mas isso é uma mentira. Foi Deus quem criou o casamento. Foi Deus quem criou a família. Ele é quem sabe como deve funcionar e como fazer para dar certo. 

Filhos são herança do Senhor

“Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão” (Salmos 127.3).

Como estamos cuidando dos nossos filhos? Afinal, eles não são só nossos, mas são uma herança do Senhor. São d’Ele e prestaremos contas de como agimos com aquilo que Ele nos confiou. Sei que há exceções: são casos nos quais as famílias dão tudo de si, mas, ainda assim, os filhos fazem escolhas erradas. Porém, a nossa parte não é opcional. Ela precisa ser feita com excelência.

Os nossos filhos são como flechas. Mas se não as lançarmos, alguém fará isso por nós. É aqui que precisamos saber de algo: o diabo senta em cadeiras vazias. Se não guiamos os nossos filhos ao destino correto, Satanás os lançará rumo ao alvo errado.

Hoje em dia, não é comum encontrarmos flechas em qualquer lugar para vender. Mas, antes, elas eram armas potentes. Não eram simples varetas de madeira, eram instrumentos cuidadosamente manuseados e lapidados para cumprirem a sua missão. Isso diz sobre o nosso papel não só de guiar os nossos filhos ao cumprimento de seus propósitos, mas educá-los e moldá-los em tudo aquilo que é fundamental.

Responsabilidade dos pais

A responsabilidade de educar os nossos filhos não é da escola. Lá, é exercido o papel de ensinar matemática, história, português, química… A verdadeira educação vem de berço, vem de casa. Não adianta trazer a criança para desfrutar de um ambiente de céus no Departamento Infantil se ela não vai identificar essa realidade entre os seus, dentro do lar.

Nos jogos antigos, o arqueiro não entrava na competição sem treinar ou renunciar algumas coisas. Quando decidimos ser pais, não existe um treinamento anterior. Nada nos deixa plenamente preparado para aquilo. Quando o seu filho é colocado em seus braços, não está começando um treinamento. O que está começando é uma vida real, de pai e mãe, que não é brincadeira e deve ser exercida com seriedade.

O filme “Mãos Talentosas” narra a história de uma criança filha de empregada doméstica que veio a ser um dos médicos mais bem-sucedidos dos Estados Unidos. O menino não parecia ser naturalmente inteligente, mas ele tinha uma mãe cristã e conhecedora da Palavra. Ela soube escolher quais pensamentos alimentar nele e qual visão aquele menino tão desacreditado deveria nutrir de si mesmo. Aqui vemos uma junção magnífica: uma mãe presente e a aplicação da Palavra de Deus. O resultado foi um homem elevado a exemplo para toda a nação.

Como flechas

Hoje, tenho a impressão de que temos uma “geração nutella“. E a culpa não está nas crianças, mas nos pais. Somos responsáveis pela formação do caráter dos nossos filhos. Precisamos acessar o estoque de graça e amor para influenciá-los. Os filhos precisam ver em nós referenciais de comunhão com os céus.

Existe um provérbio chinês que diz: “Há três coisas que não voltam: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida”. Podemos refletir um pouco sobre isso…

Quem está se esforçando para lançar os nossos filhos? Se as nossas palavras fossem alimentos consumidos por eles, seriam nutrição ou veneno? Estamos abraçando todas as oportunidades com os nossos filhos? Porque, se não estivermos fazendo isso, pode estar certo de que alguém está esperando para fazê-lo.

Exemplo dentro de casa

Os nossos filhos não devem saber apenas o que a nossa igreja crê. Eles precisam saber em quem nós cremos e como isso nos influencia, através de quem somos, de como vivemos juntos e do tempo que desfrutamos na mesa.

Em Lucas 10.42, vemos o relato de Marta e Maria. A boa parte, conforme diz o Senhor, é a intimidade e a experiência com Ele. Se os nossos filhos não aprenderem isso conosco, saibam que não aprenderão em lugar nenhum. Já lideramos adolescentes que fizeram o Rhema e, mesmo assim, foram enganados pelas ideologias nas universidades. O problema não foi o Rhema, mas o que foi feito com o que ela aprendeu.

“Fez-me como uma flecha polida, e me guardou na sua aljava” (Isaías 49.2).

O trecho acima pertence a uma profecia dada por Deus a Isaías. O texto se refere a Jesus, mas nos ensina algo: assim como o perfeito Pai, nós também devemos polir as nossas flechas. O culto não começa na igreja, ele deve ser uma continuação do nosso estilo de vida reverente e amoroso ao Senhor. É esse o estilo de vida que, de fato, pode influenciar os nossos filhos.

Quem está abastecendo os corações dos nossos meninos e meninas? Youtubers? Celebridades? Quais palavras estamos escrevendo no coração deles? São de paz, prosperidade, amor e fé? Mesmo que tenhamos vindo de famílias conturbadas, não existe maldição hereditária em Deus. Se nascemos de novo, temos um novo Pai e capacitação divina para romper com trajetórias de fracasso.

Legado

Seria muito bom se chegássemos em casa e pudéssemos encontrar a unção que flui aqui na igreja. A mesma paz, a mesma serenidade. Mas nós precisamos saber que, embora não sejamos perfeitos, carregamos dentro de nós a perfeita paz. Isso é essencial para instruir os nossos filhos.

A Bíblia desperta a minha atenção. Samuel foi gigante. Davi não perdeu uma guerra. Heróis da fé, mas que não conseguiram transmitir tal legado dentro das próprias famílias. O foco deles não estava dentro de casa. Que o nosso foco esteja voltado principalmente para os filhos que Deus nos confiou.

Por fim, ministério é de Deus. Trabalho é de Deus. Mas nada é mais importante do que polir o coração dos nossos filhos para que alcancem o propósito plantado pelo Senhor na vida deles. Que estejamos todos atentos a isso.